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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ARTIGO "ZUMBI VIVE NAS NOSSAS MENTES E ME NOSSOS CORAÇÕES"




ZUMBI VIVE NAS NOSSAS MENTES E EM NOSSOS CORAÇÕES, VIVA AO POVO NEGRO!

O dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. A data relembra a morte do líder Zumbi dos Palmares e é encampada pela maior parte do movimento negro como o verdadeiro dia de combate ao racismo, em detrimento do 13 de maio, data oficialesca da “libertação dos escravos” pela Princesa Isabel. Isso porque o 20 de novembro e a figura de Zumbi expressam melhor do que qualquer coisa que a luta do povo negro é a responsável pelo fim da escravidão, e não a benevolência do Império decadente. 

A luta dos negros e negros pela sua verdadeira libertação, porém, não terminou aí. Findada a escravidão, a população negra foi marginalizada e estigmatizada pelo racismo. Cento e vinte cinco anos após o fim do regime de escravidão, a desigualdade entre negros e brancos é gritante e vergonhosa. Dados recentes provam isso. A população negra é alvo preferencial da violência policial nas periferias das grandes cidades. As mulheres negras são as que mais sofrem a violência machista, e a média salarial de negros (as) continua sendo muito inferior a dos demais trabalhadores.

 Vitmização e homicídios 

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, em 13 de novembro, um levantamento nas regiões metropolitanas mostrando que, embora representassem 48,2% dos trabalhadores nessas regiões entre 2011 e 2012, a média salarial do trabalhador negro chegava a ser 36,1% menor que a de não negros. Isso ocorre mesmo sendo analisados os salários da mesma região, do número de horas trabalhadas e da atividade econômica, provando que, no Brasil de hoje, um trabalhador ganha menos tão somente pela cor da sua pele. Mas nada é tão dramático quanto a situação da juventude nas periferias, classificado pelo movimento negro de “genocídio” sem nenhum exagero. Estudo recente divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), “Segurança Pública e Racismo Institucional”, revela que o simples fato de ser negro aumenta em oito pontos percentuais as chances de ser uma vítima de homicídio. Nas grandes cidades, as chances de um jovem negro ser assassinado é 3,7 vezes maior que a de um branco. 

A taxa de homicídio é tamanha que retira 1,73 ano da expectativa de vida de um negro ao nascer. Para que fique bastante claro que não estamos aqui falando apenas de violência de uma forma geral, mas de uma violência causada pelo racismo, basta dizer que, de 2002 a 2010, houve redução de 24,8% de homicídios de brancos, enquanto que as mortes entre os negros aumentaram 36%. Foram mortos no período 271.422 negros, uma guerra não declarada à juventude negra e pobre. O assassinato de vários jovens negros pelo APARELHO ESTATAL DENOMINADO POLICIA MILITAR, vem nos causando grandes dores e sofrimentos, consoantes a essa questão trazemos aqui à tona o FAMIGERADO AUTO DE RESISTÊNCIA que nada mais é do que a legitimação (ORDEM) do ESTADO EM EXTERMINAR NOSSA JUVENTUDE, EM UM MOMENTO MUITO VALIOSO DAS SUAS VIDAS, por isso nos posicionamos a favorável ao “PLANO DE LEI Nº 4471/12 QUE EXTINGUE O AUTO DE RESISTÊNCIA” E DETERMINA QUE TODAS AS MORTES EFETUADAS PELAS FORÇAS POLICIAIS NO PAÍS SEJAM INVESTIGADAS E QUE O AGENTE AUTOR DO DISPARO CHAMEM ASSISTÊNCIA MÉDICA PARA A VÍTIMA, EM VEZ DELE MESMO TENTAR PRESTAR SOCORRO, POIS TAL SITUAÇÃO IMPEDE QUE A PERÍCIA INVESTIGUE SE HOUVE OU NÃO RESISTÊNCIA OU SE ESTAMOS DIANTE DE UM CLARO CASO DE ABUSO DE AUTORIDADE POR PARTE DO POLICIAL. Não podemos nos esquecer do papel essencial das nossas BASES COMUNITÁRIAS, que tem por objetivo central nos trazer ou proporcionar mais do que tudo a SEGURANÇA, contudo, o que vemos e o rechaço cada vez maior da população por conta da ineficácia e do desrespeito desses entes para com a comunidade, importante lembrar o CASO AMARILDO, homem simples, honesto e pai de família que foi convidado a prestar esclarecimento em uma dessas unidades e nunca mais retornaram para o seu lar, sendo julgado, sentenciado e exterminado barbaramente por POLICIAIS MILITARES QUE EM 1ª MÃO NEGARAM CONTUDENTIMENTE A SUA PARTICIPAÇÃO EM TAL CRIME E APOIS PERÍCIA FICOU COMPROVADO QUE HOUVE SIM A PARTCIPAÇÃO DOS MILITARES E FATO MAIS GRITANTE VEM DO AUTO ESCALÃO COM A PARTICIPAÇÃO DIRETA DO COMANDANTE DA REFERIDA BASE OU SEJA, ESTAMOS DIANTE DE UM ESTADO DE INSEGURANÇA TRAZIDA PELA MAQUINA QUE DEVERIA PACIFICAR OU HARMONIZAR AS RELAÇÕES LOCAIS ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL.

Frente a violência e o racismo 

Neste ano, o slogan da marcha é “ZUMBI VIVE NAS NOSSAS MENTES E NOS NOSSOS CORAÇÕES” que denuncia a violência policial cujo símbolo mais marcante foi o brutal assassinato do pedreiro Amarildo Souza, morador da favela da Rocinha. 

A luta contra o racismo, ao contrário do que muitos podem pensar, não é uma tarefa apenas dos setores organizados no movimento negro. É uma questão não só de raça, mas também de classe, pois, se é verdade que todos os negros são vítimas de racismo nessa sociedade em que vivemos, os negros e pobres trabalhadores são os que mais sofrem. A batalha pela igualdade de direitos e condições para negros e brancos é responsabilidade de todos os trabalhadores e trabalhadoras organizadas nos vários movimentos nos partidos de esquerda, enfim, é uma tarefa colocada a toda a sociedade que luta por justiça, reparação e equidade social. Como já dizia Marx: “O trabalhador branco não pode ser emancipado onde o negro é estigmatizado”. Nesse 20 de novembro, todos juntos por uma JUVENTUDE VIVA, FORTE, UNIDA E GLORIOSA! VIVA AO POVO NEGRO! VIVA A ZUMBI DOS PALMARES! 

Patrício Souza
Representante da Rede de Jovens do Nordeste- Bahia
Artigo Publicado no http://rjneba.blogspot.com.br em 27/11/2013

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