No intuito de avançar no enfrentamento à violência contra a juventude negra,
aconteceu durante a manhã e tarde de terça-feira (04/02) o encontro dos
articuladores do Plano Juventude Viva na sede da Secretaria Nacional de
Juventude (SNJ), em Brasília. Representantes da sociedade civil
organizada e pesquisadores, oriundos de dez estados brasileiros estão
presentes para reforçar o pacto de trabalho conjunto com a SNJ e
planejar as estratégias de atuação para 2014.
O Plano Juventude
Viva é uma das prioridades da Secretaria-Geral da Presidência da
República (SGPR), por meio da SNJ e da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial (SPPIR). A ideia é poder enfrentar a
violência contra a juventude brasileira, especialmente os jovens negros,
que são as principais vítimas de homicídio no País, segundo dados do
Ministério da Saúde.
Índices
Os índices de mortalidade da juventude
negra são alarmantes. Mais da metade (53,3%) dos quase 50 mil mortos
por homicídios em 2010 no Brasil eram jovens, dos quais 76,6% negros
(pretos e pardos) e 91,3% do sexo masculino. "Em São Paulo, as políticas
de segurança ainda são muito reacionárias e conservadoras. É uma
perseguição cotidiana ao sujeito negro. Como articuladores, queremos
aproximar a sociedade civil e o governo para diminuir essa violência",
explica Juliana Kitangi, articuladora do Juventude Viva em São Paulo.
Para
Severine Macedo, secretária nacional de juventude, “o Juventude Viva é
uma agenda em construção. Pela primeira vez no País conseguimos pautar a
temática da juventude negra de maneira positiva", afirmou. A secretária
também frisou a importância da discussão sobre os “rolezinhos”
e das manifestações de junho de 2013 para pautar ainda mais o tema na
sociedade. “O dia-a-dia nas periferias ainda é muito difícil. O
preconceito racial ainda é muito forte entre as pessoas, não podemos
deixá-las conservadoras”, disse.
Como encaminhamento, os jovens articuladores agora devem fazer uma
sistematização e mapeamento de todas as experiências desenvolvidas a
partir do Plano desde a sua implementação, em 2012. Além disso,
continuam os esforços conjuntos para a criação de oportunidades de
inclusão social e autonomia, oferta de equipamentos, serviços e espaços
públicos de convivência em territórios que concentram altos índices de
homicídio. “Queremos fortalecer a sociedade em prol da vida da juventude
negra. Os jovens também podem contribuir com essa luta na nossa
comunidade no Participatório da Juventude”, propõe Lula Rocha,
articulador do Juventude Viva no Espírito Santo.
Qual é o papel de um articulador do Juventude Viva?
Os
articuladores do Juventude Viva são jovens da sociedade civil
organizada e pesquisadores sobre juventude negra selecionados via
edital. Dentre suas atividades principais, eles têm a responsabilidade
de mapear as políticas de enfrentamento à violência contra a juventude
negra existentes nos seus municípios, instigar gestores para aplicação
do Plano Juventude Viva e promover debates de sensibilização à causa na
sociedade.
http://participatorio.juventude.gov.br/blog/view/90323/articuladores-do-juventude-viva-planejam-estrategias-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário